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28 de novembro de 2012

Dúvidas frequentes sobre a AIDS

HIV e aids

Atualmente, ainda há a distinção entre grupo de risco e grupo de não risco?
Essa distinção não existe mais. No começo da epidemia, pelo fato da aids atingir, principalmente, os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos, eles eram, à época, considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Por exemplo, o número de heterossexuais infectados por HIV tem aumentado proporcionalmente com a epidemia nos últimos anos, principalmente entre mulheres.
 
 
O que se considera um comportamento de risco, que possa vir a ocasionar uma infecção pelo vírus da aids (HIV)?
Relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis; reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.
 
 
Qual o tempo de sobrevida de um indivíduo portador do HIV?
Até o começo da década de 1990, a aids era considerada uma doença que levava à morte em um prazo relativamente curto. Porém, com o surgimento do coquetel (combinação de medicamentos responsáveis pelo atual tratamento de pacientes HIV positivo) as pessoas infectadas passaram a viver mais. Esse coquetel é capaz de manter a carga viral do sangue baixa, o que diminui os danos causados pelo HIV no organismo e aumenta o tempo de vida da pessoa infectada.
O tempo de sobrevida (ou seja, os anos de vida pós-infecção) é indefinido e varia de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, algumas pessoas começaram a usar o coquetel em meados dos anos noventa e ainda hoje gozam de boa saúde. Outras apresentam complicações mais cedo e têm reações adversas aos medicamentos. Há, ainda, casos de pessoas que, mesmo com os remédios, têm infecções oportunistas (infecções que se instalam, aproveitando-se de um momento de fragilidade do sistema de defesa do corpo, o sistema imunológico).
 
 
Quanto tempo o HIV sobrevive em ambiente externo?
O vírus da aids é bastante sensível ao meio externo. Estima-se que ele possa viver em torno de uma hora fora do organismo humano. Graças a uma variedade de agentes físicos (calor, por exemplo) e químicos (água sanitária, glutaraldeído, álcool, água oxigenada) pode tornar-se inativo rapidamente.

Prevenção

Que cuidados devem ser tomados para garantir que a camisinha masculina seja usada corretamente?
Abrir a embalagem com cuidado - nunca com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la. Colocar a camisinha somente quando o pênis estiver ereto. Apertar a ponta da camisinha para retirar todo o ar e depois desenrolar a camisinha até a base do pênis. Se for preciso usar lubrificantes, usar somente aqueles à base de água, evitando vaselina e outros lubrificantes à base de óleo que podem romper o látex. Após a ejaculação, retirar a camisinha com o pênis ainda ereto, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze de dentro da camisinha. Dar um nó no meio da camisinha para depois jogá-la no lixo. Nunca usar a camisinha mais de uma vez. Utilizar somente um preservativo por vez, já que preservativos sobrepostos podem se romper com o atrito.
Além desses cuidados, também é preciso certificar-se de que o produto contenha a identificação completa do fabricante ou do importador. Observe as informações sobre o número do lote e a data de validade e verifique se a embalagem do preservativo traz o símbolo de certificação do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), que atesta a qualidade do produto. Não utilize preservativos que estão guardados há muito tempo em locais abafados, como bolsos de calça, carteiras ou porta-luvas de carro, pois ficam mais sujeitos ao rompimento.
 
 
Por que, em algumas situações, o preservativo estoura durante o ato sexual?
Quanto à possibilidade de o preservativo estourar durante o ato sexual, pesquisas sustentam que os rompimentos devem-se muito mais ao uso incorreto do preservativo que por falha estrutural do produto em si.
 
 
O que fazer quando a camisinha estoura?
Sabe-se que a transmissão sexual do HIV está relacionada ao contato da mucosa do pênis com as secreções sexuais e o risco de infecção varia de acordo com diversos fatores, incluindo o tempo de exposição, a quantidade de secreção, a carga viral do parceiro infectado, a presença de outra doença sexualmente transmissível, entre outras causas. Sabendo disso, se a camisinha se rompe durante o ato sexual e há alguma possibilidade de infecção, ainda que pequena (como, por exemplo, parceiro de sorologia desconhecida), deve-se fazer o teste após 30 dias para que a dúvida seja esclarecida.
A ruptura da camisinha implica risco real de infecção pelo HIV. Independentemente do sexo do parceiro, o certo é interromper a relação, realizar uma higienização e iniciar o ato sexual novamente com um novo preservativo. A higiene dos genitais deve ser feita da forma habitual (água e sabão), sendo desnecessário o uso de substâncias químicas, que podem inclusive ferir pele e mucosas, aumentando o risco de contágio pela quebra de barreiras naturais de proteção ao vírus. A presença de lesão nas mucosas genitais, caso signifique uma doença sexualmente transmissível, como a gonorreia, implica um risco adicional, pois a possibilidade de aquisição da aids aumenta. Na relação anal, mesmo quando heterossexual, o risco é maior, pois a mucosa anal é mais frágil que a vaginal.
 
 
A camisinha é mesmo impermeável ao vírus da aids?
A impermeabilidade dos preservativos é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Em um estudo realizado nos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, esticou-se o látex do preservativo, ampliando-o 2 mil vezes ao microscópio eletrônico, e não foi encontrado nenhum poro. Outro estudo examinou as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo, ampliando-as 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhuma apresentou poros. Por causa disso, é possível afirmar que a camisinha é impermeável tanto ao vírus da aids quanto às doenças sexualmente transmissíveis.
 
 
Qual o procedimento adequado para uma gestante soropositiva?
Iniciar o pré-natal tão logo perceba que está grávida. Começar a terapia antirretroviral segundo as orientações do médico e do serviço de referência para pessoas que convivem com o HIV/aids. Fazer os exames para avaliação de sua imunidade (exame de CD4) e da quantidade de vírus (carga viral) em circulação em seu organismo. Submeter-se ao tipo de parto mais adequado segundo as recomendações do Ministério da Saúde. Receber o inibidor de lactação e a fórmula infantil para sua criança.

Uso de medicamentos como prevenção

Onde procurar?
A PEP sexual deve estar disponível nos Serviços de Atenção Especializada em HIV/aids (SAE), segundo recomendação do Ministério da Saúde. Veja os endereços e telefones dos SAE, em todo o país (veja mapa completo - faça a busca por estado e/ou cidade). Informe-se nesses serviços, sobre os locais disponíveis na sua cidade para o atendimento de urgência à noite e nos finais de semana.
 
 
Quando começar a PEP sexual?
A eficácia da PEP sexual diminui à medida que o tempo passa. Assim, o ideal é que você inicie o medicamento nas primeiras duas horas após a relação sexual, a partir da avaliação da equipe de saúde. O prazo máximo para início da PEP sexual é de 72 horas. Por isso, você tem o direito de solicitar atendimento no serviço de saúde.
 
 
Qual medicamento devo tomar?
Você será orientado pelo médico sobre isso. Caso o(a) seu(sua) parceiro(a) for HIV positivo(a) e esteja em uso de antirretrovirais (medicamentos para aids), é importante informar o médico sobre os medicamentos usados por ele(ela).
 
 
Durante quanto tempo devo tomar o medicamento?
O medicamento deve ser tomado durante 28 dias seguidos, sem interrupção, sob acompanhamento da equipe de saúde.
 
 
O medicamento causa efeitos colaterais?
Sim. A maioria dos medicamentos causa efeitos colaterais, que, em geral, são leves e melhoram em poucos dias. No caso de algum mal-estar durante o uso desses medicamentos, você deve procurar imediatamente o serviço de saúde para avaliação.
 
 
É preciso fazer o acompanhamento no serviço de saúde?
Sim. É muito importante fazer o acompanhamento durante as 24 semanas. Nesse período, você será acompanhado para investigar se adquiriu o HIV ou outras DST, como hepatite ou sífilis, por exemplo.
 
 
Não fique com dúvidas, esclareça todas essas questões durante a consulta com o médico.
• Se indicada a PEP sexual, nunca abandone os medicamentos. Isso pode fazer a diferença entre se infectar ou não com o HIV.
• Se tiver dificuldade para tomá-los, procure a equipe de saúde com sua receita médica em mãos.


FONTE: http://www.aids.gov.br/

Linha do tempo da História da aids

 

2011
  • Casas de Apoio de atendimento a adultos com HIV/aids contarão com incentivo financeiro do governo federal destinado ao custeio das ações desenvolvidas com crianças e adolescentes.
  • Representantes do Programa Nacional de DST e Aids da Bolívia conhecem estratégia de comunicação e prevenção do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
  • Ocorre a Reunião de Alto Nível sobre Aids, em Nova Iorque (EUA), para avaliar avanços e obstáculos, na resposta global à epidemia de aids.
  • Governo brasileiro doará US$ 2 de cada passagem internacional para medicamentos de aids.
  • Campanha mundial Cabeleireiros contra Aids celebra 10 anos com ação solidária.
  • Frente Parlamentar Nacional em HIV/Aids e outras DST é relançada no Congresso Nacional com a participação de 192 deputados e senadores.
  • Brasil anuncia produção nacional de dois novos medicamentos para aids - atazanavir e raltegravir - por meio de Parcerias Público-Privadas e versão genérica do tenofovir, indicado para aids e hepatites.
  • Brasil e França celebram 10 anos em cooperação científica nas áreas de DST, aids e hepatites virais.
  • Ministério da Saúde distribui medicamento atazanavir em todo o Brasil.
2010
  • Realizada a XVIII Conferência Internacional de Aids, em Viena - Áustria.
  • Dirceu Greco assume diretoria do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
  • Governos do Brasil e da África do Sul firmam parceria inédita para distribuir 30 mil camisinhas e fôlderes sobre prevenção da aids e outras DST durante a Copa do Mundo de Futebol.
  • Lançada a PCAP 2008 (Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade). Saiba mais.
  • 2 mil agências dos Correios promovem campanha inédita contra a aids.
  • Lançada a campanha de carnaval de combate à aids. É a primeira campanha com dois momentos: antes e durante, que estimula o uso da camisinha, e depois, que incentiva a testagem.
  • Aprovado o relatório brasileiro de “Metas e compromissos assumidos pelos estados-membros na Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas em HIV/Aids (UNGASS)”, versão 2008-2009. Saiba mais.
  • Contratos para compra de antirretrovirais ficam R$ 118 milhões mais baratos.
  • Travestis preparam material educativo sobre identidade e respeito e lançam campanha de combate ao preconceito no serviço de saúde e na sociedade.
  • Realização do VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, IV Mostra Nacional da Saúde e Prevenção nas Escolas e da I Mostra Nacional do Programa Saúde na Escola (SPE), em Brasília (DF).
  • Desde o início da epidemia, são notificados 592.914 casos de aids no país.
2009
  • Ministério da Saúde bate recorde de distribuição de preservativos. Só em 2009, foram 465,2 milhões de unidades distribuídas em todo o país.
  • Programa Nacional de DST e Aids torna-se departamento da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e o Programa Nacional para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais é integrado a ele.
  • Desde o início da epidemia, são notificados 544.846 casos de aids no país.
2008
  • Inauguração da primeira fábrica estatal de preservativos do Brasil e a primeira do mundo a utilizar látex de seringal nativo. A indústria encontra-se em Xapuri (AC).
  • Conclusão do processo de nacionalização de um teste que permite detectar a presença do HIV em apenas 15 minutos. Fiocruz pode fabricar o teste, ao custo de US$ 2,60 cada. Governo gastava US$ 5 por teste.
  • Brasil investe US$ 10 milhões na instalação de uma fábrica de medicamentos antirretrovirais em Moçambique.
  • Realização do VII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, em Florianópolis (SC).
  • Prêmio Nobel de Medicina é entregue aos franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier pela descoberta do HIV, causador da aids. O alemão Harald zur Hausen também recebe o prêmio pela descoberta do HPV, vírus causador do câncer do colo de útero.
2007
  • O Programa Nacional de DST/AIDS institui Banco de Dados de violações dos direitos das pessoas portadoras do HIV.
  • Em janeiro, a Tailândia decide copiar o antirretroviral Kaletra e, em maio, o Brasil decreta o licenciamento compulsório do Efavirenz.
  • É assinado acordo para reduzir preço do antirretroviral Lopinavir/Ritonavir.
  • Em um ano, a UNITAID reduz preços de medicamentos antirretrovirais em até 50%.
  • Aumenta a sobrevida das pessoas com aids no Brasil.
  • Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids, cujo tema são os jovens, é lançada no Cristo Redentor.
  • Os ministérios da Saúde e Educação e as Nações Unidas premiam máquinas de preservativos.
  • Brasil registra 474.273 casos de infecção pelo HIV até junho.
2006
  • O terceiro sábado de outubro é promulgado como o Dia Nacional de Combate à Sífilis.
  • Toronto recebe 20 mil pessoas para a 16ª Conferência Mundial sobre Aids, o maior evento sobre aids no mundo.
  • Dia Mundial de Luta contra a Aids teve sua campanha protagonizada por pessoas vivendo com aids.
  • À noite, em uma ação inédita, a inscrição da RNP+ “Eu me escondia para morrer, hoje me mostro para viver” foi projetada em raio laser nas duas torres do Congresso Nacional, que ficou às escuras, como forma de lembrar os mortos pela doença.
  • Brasil reduz em mais de 50% o número de casos de transmissão vertical, quando o HIV é passado da mãe para o filho, durante a gestação, o parto ou a amamentação.
  • Acordo reduz em 50% preço do antirretroviral Tenofovir, representando uma economia imediata de US$ 31,4 milhões por ano.
  • Registros de aids no Brasil ultrapassam 433.000.
2005
  • Makgatho Mandela (filho do ex-presidente Nelson Mandela) morre em consequência da aids, aos 54 anos.
  • O tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids no Brasil aborda o racismo como fator de vulnerabilidade para a população negra.
  • Até junho, são 371.827 registros de aids no Brasil.

2004
  • Morrem duas lideranças transexuais, a advogada e militante Janaína Dutra e a ativista Marcela Prado (ambas grandes colaboradoras do Programa Nacional de DST e Aids).
  • Lançamento do algoritmo brasileiro para testes de genotipagem.
  • Recife reúne quatro mil participantes em três congressos simultâneos: o V Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/Aids, o V Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids e o I Congresso Brasileiro de Aids.
  • Já é de 362.364 o total de casos de aids até junho.
2003
  • Realização do II Fórum em HIV/Aids e DST da América Latina, em Havana, Cuba.
  • O Programa Nacional de DST/Aids recebe US$ 1 milhão da Fundação Bill & Melinda Gates como reconhecimento às ações de prevenção e assistência no país. Os recursos foram doados para ONGs que trabalham com portadores de HIV/Aids. O Programa é considerado por diversas agências de cooperação internacional como referência mundial.
  • Os registros de aids no Brasil são 310.310.

2002
  • O Fundo Global para o Combate a Aids, Tuberculose e Malária é criado para captar e distribuir recursos, utilizados por países em desenvolvimento para controlar as três doenças infecciosas que mais matam no mundo.
  • Um relatório realizado pelo Unaids, programa conjunto das Nações Unidas para a luta contra a aids, afirma que a aids vai matar 70 milhões de pessoas nos próximos 20 anos, a maior parte na África, a não ser que as nações ricas aumentem seus esforços para conter a doença.
  • A 14ª Conferência Internacional sobre aids é realizada em Barcelona.
  • O número de casos de aids notificados no país, desde 1980, é de 258.000.
2001
  • Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para Genotipagem.
  • Brasil ameaça quebrar patentes e consegue negociar com a indústria farmacêutica internacional a redução no preço dos medicamentos para aids.
  • Organizações médicas e ativistas denunciam o alto preço dos remédios contra aids. Muitos laboratórios são obrigados a baixar o preço das drogas nos países do Terceiro Mundo.
  • O HIV Vaccine Trials Network (HVTN) planeja testes com vacina em vários países, entre eles o Brasil.
  • Em duas décadas (1980 - 2001), o total de casos de aids acumulados são de 220.000.
2000
  • A 13ª Conferência Internacional sobre Aids, em Durban, na África do Sul, denuncia ao mundo a mortandade na África. Dezessete milhões morreram de Aids no continente, sendo 3,7 milhões crianças. Estão contaminados 8,8% dos adultos. O Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, escandaliza o mundo ao sugerir que o HIV não causa a aids.
  • Realização do I Fórum em HIV/Aids e DST da América Latina, no Rio de Janeiro.
  • A partir de acordo promovido pelas Nações Unidas, cinco grandes companhias farmacêuticas concordam em diminuir o preço dos remédios usados no tratamento da aids para os países em desenvolvimento.
  • No Brasil, aumenta a incidência em mulheres. Proporção nacional de casos de aids notificados é de uma mulher para cada dois homens.

1999
  • Número de medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde já são 15.
  • Mortalidade dos pacientes de aids cai 50% e qualidade de vida dos portadores do HIV melhora significativamente.
  • Estudos indicam que, quando o tratamento é abandonado, a infecção torna-se outra vez detectável.
  • Pacientes desenvolvem efeitos colaterais aos remédios.
  • Marylin, um chimpanzé fêmea, ajuda a confirmar que o SIV (simian immunodeficiency virus ou vírus da imunodeficiência dos símios) foi transmitido para seres humanos e sofreu mutações, transformando-se no HIV. Testes genéticos mostram que o HIV é bastante similar ao SIV, que infecta os chimpanzés, mas não os deixa doentes.

1998
  • Validação do algoritmo nacional para diagnóstico das DST no Brasil.
  • Ministério da Saúde recomenda a aplicação da abordagem sindrômica das DST para seu tratamento oportuno e consequente diminuição da incidência do HIV.
  • Rede pública de saúde disponibiliza, gratuitamente, onze medicamentos.
  • Lei define como obrigatória a cobertura de despesas hospitalares com aids pelos seguros-saúde privados (mas não assegura tratamento antirretroviral).
  • Pesquisas detectam o HIV em gânglios linfáticos, medula e partes do cérebro de muitos soropositivos que apresentam cargas virais indetectáveis pelos exame.
  • Cientistas registram a imagem da estrutura cristalina da proteína gp 120 do vírus da aids, usada por ele para entrar nas células do sistema imunológico atacadas pelo HIV.
  • Lançamento das campanhas “Sem Camisinha não Tem Carnaval” e "A Força da Mudança: com os jovens em campanha contra a aids”.

1997
  • Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes com HIV em terapia com antirretroviral, com a realização de exames de carga viral e contagem de células CD4 (células que fazem parte do sistema de defesa do organismo ou sistema imunológico).
  • Morre o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Hemofílico, contaminado por transfusão de sangue, defendia o tratamento digno dos doentes de aids.
  • Já são 22.593 casos de aids no Brasil.

1996
  • Programa Nacional de DST e Aids lança o primeiro consenso em terapia antirretroviral (regulamentação da prescrição de medicações para combater o HIV).
  • Lei fixa o direito ao recebimento de medicação gratuita para tratamento da aids.
  • Disponibilização do AZT venoso na rede pública.
  • Queda das taxas de mortalidade por aids, diferenciada por regiões. Percebe-se que a infecção aumenta entre as mulheres, dirige-se para os municípios do interior dos estados brasileiros e aumenta significativamente na população de baixa escolaridade e baixa renda.
  • Casos da doença no Brasil somam 22.343.

1995
  • Até esse ano, a assistência medicamentosa era precária, contando somente com AZT (zidovudina), Videx e dideoxicitidina.
  • Uma nova classe de drogas contra o HIV, os inibidores de protease (dificultam a multiplicação do HIV no organismo), é aprovada nos EUA.
  • Zerti e Epivir, outros inibidores de transcriptase reversa, são lançados, aumentando as escolhas de tratamento.
  • Estudos revelam que a combinação de drogas reduz a progressão da infecção, mas o custo do tratamento é de US$ 10 mil a US$ 15 mil por ano.
  • Pesquisa demonstra que o tratamento precoce das DST, com consequente redução no tempo de evolução das doenças e de suas complicações, faz com que o risco de transmissão e aquisição do HIV diminuam. Com isso, a incidência do HIV reduz em 42%.
  • Os números de casos no Brasil já somam 19.980.

1994
  • Acordo com o Banco Mundial dá impulso às ações de controle e prevenção às DST e à aids previstas pelo Ministério da Saúde.
  • Estudos mostram que o uso do AZT ajuda a prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez e o parto.
  • Definição para diagnosticar casos de aids em crianças .
  • Brasil registra 18.224 casos de aids.
1993
  • Início da notificação da aids no Sistema Nacional de Notificação de Doenças (SINAN).
  • Morre de aids o bailarino russo Rudolf Nureyev.
  • A atriz Sandra Brea (1952-2000) anuncia que é portadora do vírus.
  • Brasil passa a produzir o AZT (coquetel que trata a aids).
  • Total de casos notificados no Brasil: 16.760.

1992
  • Primeiro estudo sobre o uso de várias drogas combinadas contra o HIV. Pesquisa aponta a importância das doenças sexualmente transmissíveis (DST) como cofator para a transmissão do HIV, podendo aumentar o risco de contágio do HIV em até 18 vezes.
  • Os médicos americano Robert Gallo e francês Luc Montagnier chegam a um acordo definitivo sobre o crédito da descoberta do vírus.
  • A sociedade brasileira indigna-se quando a menina Sheila Cartopassi de Oliveira, de cinco anos, tem a matrícula recusada em uma escola de São Paulo, por ser portadora de HIV.
  • Inclusão, no código internacional de doenças, da infecção pelo HIV.
  • Ministério da Saúde inclui os procedimentos para o tratamento da aids na tabela do SUS.
  • Início do credenciamento de hospitais para o tratamento de pacientes com aids.
  • Lançamento da campanha Vamos todos contra a aids de mãos dadas com a vida.
  • Os casos da infecção pelo HIV no Brasil chegam a 14.924.

1991
  • Inicia-se o processo para a aquisição e distribuição gratuita de antirretrovirais (medicamentos que dificultam a multiplicação do HIV).
  • Lançamento do Videx (ddl), que como o AZT faz parte de um grupo de drogas chamadas inibidores de transcriptase reversa.
  • Dez anos depois de a aids ser identificada, a Organização Mundial da Saúde anuncia que 10 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV pelo mundo.
  • O jogador de basquete Magic Johnson anuncia que tem HIV.
  • Já são 11.805 casos de aids no Brasil.

1990
  • O cantor e compositor Cazuza morre, aos 32 anos, em decorrência da aids.
1989
  • Morre de aids o ator da TV Globo Lauro Corona, aos 32 anos.
  • Ativistas forçam o fabricante do AZT, Burroughs Wellcome, a reduzir em 20% o preço do remédio.
  • Durante Congresso de Caracas, na Venezuela, profissionais da saúde definem novo critério para a classificação de casos de aids.
  • Brasil registra 6.295 casos de aids.

1988
  • No Brasil, uma portaria assinada pelo ministro da Saúde, Leonardo Santos Simão, passa a adotar o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids.
  • Morre o cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfil, aos 43 anos, em decorrência da aids.
  • Criação do Sistema Único de Saúde.
  • O Ministério da Saúde inicia o fornecimento de medicamentos para tratamento das infecções oportunistas.
  • Primeiro caso diagnosticado na população indígena.
  • Os casos notificados no Brasil somam 4.535.
1987
  • Criação do Primeiro Centro de Orientação Sorológica (COAS), em Porto Alegre (RS).
  • Questiona-se a definição de comportamentos sexuais tidos como anormais.
  • Início da utilização do AZT, medicamento para pacientes com câncer e o primeiro que reduz a multiplicação do HIV.
  • Os ministérios da Saúde e do Trabalho incluem as DST/aids na Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e Saúde.
  • A Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), decide transformar o dia 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta contra a Aids, para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas.
  • Os casos notificados no Brasil chegam a 2.775.

1986
  • Criação do Programa Nacional de DST e Aids, pelo ministro da Saúde Roberto Santos.
1985
  • Fundação do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (GAPA), primeira ONG do Brasil e da América Latina na luta contra a aids.
  • Diferentes estudos buscam meio diagnóstico para a possível origem viral da aids.
  • O primeiro teste anti-HIV é disponibilizado para diagnóstico.
  • Caracterização dos comportamentos de risco no lugar de grupo de risco.
  • Descoberta que a aids é a fase final da doença, causada por um retrovírus, agora denominado HIV (Human Immunodeficiency Virus, em inglês), ou vírus da imunodeficiência humana.
  • Criação de um programa federal de controle da aids (veja portaria 236/85).
  • Primeiro caso de transmissão vertical (da mãe grávida para o bebê).

1984
  • A equipe de Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, na França, isola e caracteriza um retrovírus (vírus mutante que se transforma conforme o meio em que vive) como o causador da aids.
  • Início da disputa, entre os grupos do médico americano Robert Gallo e do francês Luc Montagnier, pela primazia da descoberta do HIV.
  • Estruturação do primeiro programa de controle da aids no Brasil, o Programa da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

1983
  • Primeira notificação de caso de aids em criança.
  • Relato de caso de possível transmissão heterossexual.
  • Homossexuais usuários de drogas são considerados os difusores do fator para os heterossexuais usuários de drogas.
  • Relato de casos em profissionais de saúde.
  • Primeiras críticas ao termo grupos de risco (grupos mais vulneráveis à infecção).
  • Gays e haitianos são considerados principais vítimas.
  • Possível semelhança com o vírus da hepatite B.
  • Focaliza-se a origem viral da aids.
  • No Brasil, primeiro caso de aids no sexo feminino.

1982
  • Adoção temporária do nome Doença dos 5 H, representando os homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína injetável) e hookers (nome em inglês dado às profissionais do sexo).
  • Conhecimento do fator de possível transmissão por contato sexual, uso de drogas ou exposição a sangue e derivados.
  • Primeiro caso decorrente de transfusão sanguínea .
  • Primeiro caso diagnosticado no Brasil, em São Paulo.
1981
  • Primeiras preocupações das autoridades de saúde pública nos EUA com uma nova e misteriosa doença.

1980
  • Primeiro caso no Brasil, em São Paulo, também só classificado em 1982.
1977 e 1978
  • Primeiros casos nos EUA, Haiti e África Central, descobertos e definidos como aids, em 1982, quando se classificou a nova síndrome.
 
 

Direitos do soropositivo

Direitos Fundamentais

Pela Constituição brasileira, os portadores do HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos. Entre eles: dignidade humana e acesso à saúde pública e, por isso, estão amparados pela lei. O Brasil possui legislação específica dos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência.
Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids. O documento foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com Aids (ENONG), em Porto Alegre (RS).
I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids.
II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição.
III - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida.
IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação.
V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual.
VI - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/aids um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei.
VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV.
VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais.
IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, controle de transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente.
X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes.
XI - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania.
 

Não discriminação

A Constituição Federal afirma que todos são iguais perante a lei, sendo vedado qualquer tipo de discriminação. Alguns estados reforçam em sua legislação a vedação da discriminação em razão do HIV/aids. São eles:
  • Distrito Federal
  • Espírito Santo
  • Goiás
  • Minas Gerais
  • Paraná
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Na justiça

Assessoria jurídica

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais tem apoiado organizações da sociedade civil para atuar na defesa dos direitos dos soropositivos e das populações vulneráveis no país com recursos financeiros. Essas instituições recebem denúncias, assessoram vítimas de discriminação e preconceito, fornecem informações sobre legislação e aids, além de garantirem o devido acompanhamento das ações judiciais, quando necessário. Veja as instituições que prestam esse serviço.
O atendimento nas assessorias jurídicas é gratuito. Para se informar melhor sobre seus direitos, você também pode procurar os Núcleos de Prática Jurídica das Faculdades de Direito, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Defensoria Pública e serviços como Balcões de Direito e Centros de Referência em Direitos Humanos.
Em caso de denúncia, é importante ter testemunhas e/ou documentos que comprovem a situação. Quanto mais cedo você denunciar, mais condições os órgãos terão de apurar o caso.

Prioridade em processos judiciais

Não existe legislação que dê prioridade às pessoas com HIV/aids no julgamento de processos judiciais. Mas o soropositivo pode solicitar, na justiça, urgência por meio de uma exposição de motivos. A ausência dessa prioridade na justiça deve-se ao fato de, atualmente, existirem medicamentos e tratamento que permitem à pessoa vivendo com HIV/Aids ter uma vida com mais qualidade.
 

Nas finanças

Saque do FGTS
É possível o saque integral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em razão de doença grave, entre elas o HIV/aids. As pessoas vivendo com HIV/aids ou a pessoa que possui dependente vivendo com HIV/aids pode requerer junto à Caixa Econômica Federal o saque do FGTS, portando atestado médico no qual conste o nome da doença ou o código da Classificação Internacional de Doenças (CID respectivo); Carteira de Trabalho e Previdência Social; identificação de trabalhador/a ou diretor/a, inscrição no PIS/PASEP e, se for o caso, comprovar relação de dependência.
 
Isenção no Imposto de Renda
A pessoa que foi diagnosticada com aids pode receber os valores, em razão de aposentadoria, reforma ou pensão, isentos de imposto de renda. Para reconhecimento de isenção, a doença deve ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial, no caso de doenças passíveis de controle.
Os rendimentos recebidos de aposentadoria ou pensão, embora acumuladamente, não sofrem tributação por força do disposto na Lei 7.713/88, que isenta referidos rendimentos recebidos por portador de doença grave. A isenção aplica-se aos rendimentos de aposentadoria, reforma ou pensão, inclusive os recebidos acumuladamente, relativos a período anterior à data em que foi contraída a moléstia grave, desde que percebidos a partir:
  • Do mês da concessão da pensão, aposentadoria ou reforma, se a doença for preexistente ou a aposentadoria ou reforma for por ela motivada;
  • Do mês da emissão do laudo pericial que reconhecer a doença contraída após a aposentadoria, reforma ou concessão da pensão;
  • Da data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial emitido posteriormente à concessão da pensão, aposentadoria ou reforma.
A comprovação deve ser feita mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
É isenta do imposto de renda, a complementação de aposentadoria, reforma ou pensão, recebida de entidade de previdência privada, Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) ou Programa Gerador de Benefício Livre (PGBL), exceto a pensão decorrente de doença profissional, observado o disposto na pergunta 258.
Por fim, os valores recebidos a título de pensão, em cumprimento de acordo ou decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, estão contemplados pela isenção de portadores de moléstia grave.
 

No trabalho

Sigilo no trabalho
O portador do vírus tem o direito de manter em sigilo a sua condição sorológica no ambiente de trabalho, como também em exames admissionais, periódicos ou demissionais. Ninguém é obrigado a contar sua sorologia, senão em virtude da lei. A lei, por sua vez, só obriga a realização do teste nos casos de doação de sangue, órgãos e esperma. A exigência de exame para admissão, permanência ou demissão por razão da sorologia positiva para o HIV é ilegal e constitui ato de discriminação. No caso de discriminação no trabalho, por parte de empresa privada, recomenda-se registrar o ocorrido na Delegacia do Trabalho mais próxima.

Auxílio-doença
Esse benefício é concedido a qualquer cidadão brasileiro que seja segurado (pague o seguro em dia) e que não possa trabalhar por conta de doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. A pessoa que vive com HIV/aids ou com hepatopatia grave terá direito ao benefício sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de contribuição e desde que tenha qualidade de segurado. O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez. Nesses casos, a concessão de auxílio-doença ocorrerá após comprovação da incapacidade em exame médico pericial da Previdência Social.
Todo o procedimento administrativo relativo ao benefício, está regulado pelos artigos 274 a 287 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45, de 6 de agosto de 2010.
 
Aposentadoria por invalidez
As pessoas que vivem com HIV/aids ou com hepatopatia grave têm direito a esse benefício, mas precisam passar por perícia médica de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
Todo o procedimento administrativo relativo ao benefício, está regulado pelos artigos 201 a 212 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45, de 6 de agosto de 2010.
 
Benefício de Prestação Continuada
É a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho, bem como ao idoso com 65 anos ou mais, que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Esse benefício independe de contribuições para a Previdência Social. A pessoa para recebê-lo deve dirigir-se ao posto do INSS mais próximo e comprovar sua situação. Essa comprovação pode ser feita com apresentação de Laudo de Avaliação (perícia médica do INSS ou equipe multiprofissional do Sistema Único de Saúde). A renda familiar e o não exercício de atividade remunerada deverão ser declarados pela pessoa que requer o benefício.
 

Nos transportes

Alguns estados concedem gratuidade no transporte coletivo para pessoas que vivem com HIV/aids (transporte intermunicipal). Por sua vez, alguns dos municípios possuem legislação que isenta a pessoa vivendo com HIV/aids do pagamento da tarifa de transporte coletivo urbano. Consulte a secretaria de seu estado e município.
 
 
 

Qualidade de vida do soropositivo

Alimentação

Uma alimentação saudável aumenta a resistência à aids, fornecendo energia para as atividades diárias e, também, vitaminas e minerais que o organismo precisa. Além de tornar a pessoa mais disposta, uma alimentação equilibrada fortalece o sistema de defesa, ajuda no controle das gorduras e açúcares do sangue, a absorção intestinal e melhora os resultados do tratamento.
A alimentação saudável é aquela que tem todos os alimentos necessários, de forma variada e equilibrada. Para se ter uma alimentação saudável, o ser humano precisa consumir alimentos de todos os três grupos:
Carboidratos: Fornecem a energia necessária para as atividades do dia a dia, como andar, falar, respirar etc.
Encontrados em: arroz, açúcar, massas, batata, mandioca, cereais, farinhas e pães.
Proteínas: Todos os tecidos do corpo são formados por elas. São as principais componentes dos anticorpos e dos músculos. Constroem, “consertam” e mantêm o corpo, além de aumentarem a resistência do organismo às infecções.
Encontradas em: carnes bovinas, suína, frango, peixes, miúdos, ovos, leite, iogurtes e queijos (animais) e feijão, soja e derivados, castanhas, amendoim, amêndoa (vegetais).
Gorduras: Fornecem energia. O organismo precisa delas em pequenas quantidades. Algumas vitaminas usam-nas para serem transportadas no organismo, assim como alguns medicamentos antirretrovirais também.
Encontrados em: manteiga, óleos, azeite de oliva, margarina, gordura animal (presente nas carnes).

Como se alimentar melhor?

O ideal é fazer três refeições principais por dia, com dois ou três lanches nos intervalos. A alimentação deve ser balanceada, variada, dando preferência aos alimentos não industrializados, sempre respeitando as características e hábitos de cada um. Deve ser priorizado o consumo diário de frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e carnes magras. Frituras, gorduras e açúcares devem ser diminuídos ou evitados.

Cuidado com os alimentos:

Um grande problema para os soropositivos são as doenças provocadas por alimentos contaminados, que podem causar vômitos, diarreias ou mesmo infecção intestinal. Alguns cuidados e dicas com os alimentos:
  • Antes de cozinhar, lavar bem as mãos e os utensílios que forem ser usados.
  • Copos ou pratos rachados não devem ser usados, pois os germes se acumulam nas rachaduras.
  • O lixo deve estar bem tampado e longe dos alimentos.
  • Manter os alimentos fora do alcance dos insetos, roedores e outros animais. Cobrir ou guardar em vasilhas bem fechadas.
  • Não consumir alimentos com alterações de cor ou cheiro.
  • Descongelar as carnes na geladeira e não em temperatura ambiente. Evitar comer carne crua.
  • O leite pasteurizado deve ser mantido na geladeira depois de aberto e a atenção na validade deve ser constante. Se não for pasteurizado, recomenda-se ferver antes de beber.
  • Evitar comer ovos crus. Cozinhar até ficarem duros (6 a 8 minutos de fervura) ou fritar até a gema ficar dura.
  • Cortar a carne e os vegetais em tábuas de plástico ou vidro e depois lavar. Evitar a tábua de madeira, pois acumulam muitos germes e bactérias.
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Atividade física

A prática regular de exercícios físicos é indicada a todos as pessoas, principalmente aos soropositivos, por estimular o sistema imunológico, aumentar a disposição, a autoestima, aliviar o estresse, melhorar a depressão, entre outros benefícios para a saúde em geral. Para o soropositivo, o exercício também é recomendado por prevenir e amenizar os efeitos colaterais provocados pelos remédios, como a lipodistrofia - mudanças na distribuição de gordura pelo corpo que pode afinar braços e pernas, por exemplo.
Os exercícios físicos podem ser aeróbicos (como caminhada, bicicleta, dança, ginástica localizada, natação, hidroginástica) e de carga (musculação). Os aeróbicos melhoram a oxigenação do coração e dos pulmões, diminuem o nível de colesterolO colesterol é um tipo de gordura, que o corpo precisa para ajudar a manter as células saudáveis, produzir hormônios sexuais e ter uma boa digestão. Pode ser HDL, o "bom colesterol" e LDL, o "mau colesterol". O HDL impede que a gordura se acumule nas artérias, evitando entupimento. O LDL forma placas de gordura nas veias e artérias, aumentando o risco de doenças do coração. Está presente em carnes, leite e derivados, manteiga e gemas de ovos. Frutas, vegetais, e cereais não têm colesterol. e triglicéridesOs triglicérides são um tipo de gordura que formam 90% da reserva de energia do organismo e se depositam no tecido gorduroso e muscular. Fornece energia, preserva o calor do corpo e ajuda a absorver as vitaminas A, D, E e K. Quando está aumentado no sangue, pode indicar risco de doenças do coração. Estão nos óleos vegetais e na gordura animal. e ajudam a queimar a gordura que se deposita na barriga. Os exercícios de carga, como a musculação, por exemplo, ajudam a manter a massa e a força muscular.
Antes de fazer qualquer exercício, o médico deve ser consultado
O profissional de saúde vai avaliar a condição clínica do paciente para liberar a prática. Após a aprovação médica, resta escolher a atividade que mais agrade. A caminhada é uma boa atividade aeróbica e só depende de cada um! O ideal é caminhar em um local plano, sem subidas e descidas, para manter um ritmo constante - mais depressa que o normal, mas sem correr. Especialistas recomendam começar com 10 minutos e ir aumentando aos poucos, conforme a resistência, até chegar a 30 ou 45 minutos, pelo menos 3 vezes por semana.
 

Relacionamento pessoal e social

Como qualquer outra pessoa, a pessoa que vive com HIV/aids tem o direito de levar uma vida igual à de todo mundo. Pode trabalhar normalmente, praticar esportes, ir a festas, frequentar bares, shoppings, clubes e se relacionar com as pessoas, social e afetivamente. Está comprovado que a continuidade da vida social e a adesão adequada ao tratamento resultam na melhora da qualidade de vida e na resposta ao tratamento com medicamentos antirretrovirais.
O preconceito e o estigma associado à aids são dificuldades frequentemente encontradas pelos soropositivos para conseguirem manter a vida normalmente. Deixar de ser amigo de uma pessoa que vive com HIV/aids por medo de pegar a doença é bobagem. O HIV não é transmitido pelo abraço ou até mesmo pelo beijo. O contágio se dá, principalmente, por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e outros objetos cortantes e pela amamentação. Previna-se contra o HIV e livre-se do preconceito.
 
 

Sexualidade

A vivência da sexualidade é um aspecto essencial da vida do ser humano. E não é porque uma pessoa se descobriu soropositiva que deve deixar sua sexualidade de lado. A diferença é que o sexo deverá ser sempre com camisinha. Esse cuidado é para não transmitir o HIV, vírus causador da aids, e para evitar uma nova infecção pelo vírus e por outras doenças sexualmente transmissíveis. A reinfecção provoca aumento na carga viral e risco de adquirir outras mutações virais. Com isso, a eficácia do tratamento com os remédios antirretrovirais pode ser comprometida. Por isso, é preciso usar a camisinha sempre!
As dificuldades em usar o preservativo também podem estar presentes por diversos motivos: a falta de hábito de usá-lo antes da descoberta da infecção, a sensação de que a camisinha atrapalha a relação, o esquecimento ou mesmo a crença de que não precisa usar preservativo quando ambos os parceiros são soropositivos. É fundamental encontrar formas de superar essas dificuldades e construir alternativas prazerosas e seguras para que as pessoas continuem se relacionando afetiva e sexualmente.
Conheça as formas de contágio da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e saiba como se prevenir.
 

Saúde mental

O impacto na saúde mental pode acontecer desde o momento do diagnóstico positivo. O medo da morte, por exemplo, pode levar à depressão e ao isolamento. Esses momentos merecem receber atenção especial, pois afetam não só o emocional e psicológico do paciente como também seu sistema imunológico.
Distúrbios de comportamento, como depressão, agitação, dependência e abuso de álcool, drogas e tabaco, entre outros, são frequentes em soropositivos. Pode não parecer, mas o diagnóstico precoce é fundamental para oferecer maior qualidade de vida, pois permite o acompanhamento da doença antes de surgirem os sintomas.
A falta de concentração, atenção e memória fraca, chamados distúrbios cognitivos, também podem estar associadas ao HIV e têm evolução bem variada. É importante estar sempre atento às mudanças do corpo e relatar aos médicos caso alguns desses sintomas apareça. Essas questões psicológicas ou psiquiátricas são normalmente tratadas pelas equipes multidisciplinares dos Serviços de Assistência Especializada (SAE), quando contam com profissionais de saúde mental. No caso de transtornos mais graves, é recomendado o encaminhamento para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
 

Terapias complementares

Além do tratamento existente com os remédios antirretrovirais, exercícios físicos e alimentação equilibrada, há algumas práticas que o soropositivo pode adotar que melhoram a saúde e a autoestima. As chamadas terapias complementares estão disponíveis nas unidades públicas de saúde de todo o país e devem ser indicadas por profissionais e avisadas ao médico.
Apesar de fazerem bem à saúde, não podem substituir os medicamentos, pois não combatem a aids. Essas terapias são muito utilizadas para reduzir o estresse e os efeitos colaterais dos coquetéis, melhorar o sistema imunológico, aliviar a dor e auxiliar no tratamento de infecções oportunistas. As mais comuns são: acupuntura, homeopatia, massagens (shiatsu e reflexologia), práticas físicas (yoga e Tai Chi Chuan), além do consumo de algumas ervas medicinais.
Acupuntura: A técnica milenar da medicina chinesa consiste em estimular, com finas agulhas, determinados pontos do corpo por onde a energia circula. Vem sendo muito utilizada entre soropositivos para minimizar efeitos colaterais como enjoos, náuseas, vômitos e dores em geral. No Brasil, é reconhecida como especialidade médica há quase uma década.
Homeopatia: Não trata nenhuma doença específica, mas combate as causas dos sintomas. Esses remédios estimulam as forças internas do organismo e os processos de manutenção e recuperação da saúde. Criada em 1796, pelo médico alemão Samuel Hahnemann, foi reconhecida como especialidade médica no Brasil, em 1980, pelo Conselho Federal de Medicina.
Shiatsu: Utiliza os mesmos pontos e princípios da acupuntura e a pressão é feita com a polpa dos dedos. Os benefícios são: melhora do sistema circulatório, maior flexibilidade aos músculos, recuperação do equilíbrio do sistema ósseo, melhor funcionamento do sistema digestivo e maior controle do sistema endócrino. Também ajuda a tratar o estresse, dores de cabeça e musculares e artrite. Deve ser evitada em pessoas com inflamações, febre, anemias ou que estejam debilitadas fisicamente. Quem sofre de osteoporose pode fazer, mas com toques leves, já que os ossos já estão frágeis. Essa massagem é tradicionalmente do Japão, criada em 1925., mas tem suas raízes na milenar medicina chinesa.
Reflexologia: É uma prática da Medicina Natural que consiste na aplicação de pressões rítmicas em pontos localizados nos pés e nas mãos, que correspondem às diferentes zonas do corpo. Ajuda a recuperar o bem-estar; a aliviar o estresse, a angústia, a depressão, a ansiedade, a dor de cabeça, a síndrome pré-menstrual, a asma, os problemas digestivos, entre outros. Deve ser evitada em caso de gravidez, pois a pressão em certos pontos reflexos dos pés pode levar a contrações uterinas.
Ervas medicinais: São muito utilizadas em todas as regiões do país e estão sendo implantadas no Sistema Único de Saúde (SUS). São usadas em substituição a alguns medicamentos industrializados. Mas devem ser consumidas com cuidado, pois algumas são proibidas para quem toma remédios antiaids.
Apesar de beneficiarem pessoas saudáveis, a Erva de São João (Hipérico), o Kava Kava e o óleo de alho em cápsulas podem comprometer o tratamento e pode causar a resistência do vírus ao tratamento. O importante é sempre conversar com o médico sobre as alternativas de terapias complementares e nunca se automedicar. Saiba mais sobre a reação dos remédios com algumas ervas.
 
 
 

Falando sobre a AIDS

O que é HIV:  é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

Sintomas e fases da aids

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido.
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.
Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, aguarde 30 dias (saiba por quê) e faça o teste.
 
 
Por que fazer o teste de aids: Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida.
Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o exame!
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos, colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA (ver localização pelo país). Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
A infecção pelo HIV pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no sangue. Esse período é chamado de janela imunológica.
 
Onde fazer: Você pode fazer o teste de aids em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou nas diversas unidades das redes públicas de saúde. Ele pode ser feito de forma anônima e é gratuito. Ligue para o Disque Saúde (136) ou consulte a lista de unidades das redes públicas de saúde e veja o melhor local para você fazer o teste.
 
 
Tipos de exames: Os testes para diagnóstico da infecção por HIV são produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, e realizados gratuitamente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em outras unidades das redes pública de saúde, incluindo um grande número de maternidades. Ligue para o Disque Saúde (136) e veja o melhor local para fazer o teste.

De laboratório

Teste Elisa: É o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer.
Nesse caso, faz-se uma confirmação com a mesma amostra e o resultado definitivo é fornecido ao paciente. Se o resultado for positivo, o paciente será informado e chamado para mais um teste com uma amostra diferente. Esse é apenas um procedimento padrão para que o mesmo não tenha nenhuma dúvida da sua sorologia.
Independentemente do resultado do exame, positivo ou negativo, o paciente é encaminhado ao aconselhamento pós-teste – conversa com o profissional do CTA ou do posto de saúde que orienta sobre prevenção, tratamento e outros cuidados com a saúde.
O Elisa é feito com uma placa de plástico que contém proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada amostra de soro ou plasma (que são frações do sangue) será adicionada. Após uma sequência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa.
 
Teste western blot: De custo elevado, o western blot é confirmatório, ou seja, indicado em casos de resultado positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV, vírus causador da aids.
Para a realização do Western Blot, utiliza-se uma tira de nitrocelulose em que serão fixadas proteínas do HIV. O soro ou plasma do paciente é adicionado, ficando em contato com a tira de nitrocelulose. Depois da adição de vários tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual, pelo profissional do laboratório.
 
Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1: Também confirmatório, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 permite detectar os anticorpos anti-HIV. Nele, o soro ou plasma do paciente é adicionado a uma lâmina de vidro que contém células infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades. Após uma sequencia de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência.
 
 
Teste rápido: Possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado no momento da consulta. Os testes rápidos permitem que o paciente, no mesmo momento que faz o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste. O teste rápido é preferencialmente adotado em populações que moram em locais de difícil acesso, em gestantes que não fizeram o acompanhamento no pré-natal e em situações de acidentes no trabalho.
 
 
Aconselhamento: feito na rede pública de saúde, deve fornecer informações sobre as formas de transmissão da aids, significados dos resultados dos exames, período de janela imunológica (tempo entre a infecção pelo HIV e o surgimento dos primeiros sintomas).
Em caso de resultado positivo, o profissional fala sobre a doença e seu tratamento, a prevenção secundária, o significado e utilidade de vários exames laboratoriais (como a contagem de linfócitos T CD4+ e a carga viral) e os possíveis efeitos adversos do uso dos medicamentos antirretrovirais em curto e longo prazos. Com acesso às informações sobre a doença e às formas de promover sua própria independência e autonomia, o paciente se fortalece para enfrentar as adversidades trazidas pela soropositividade e seu tratamento. Nesse momento, ocorre também o encaminhamento do paciente para o serviço especializado.
 

Diagnóstico do HIV

Gestantes
A testagem para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto.
Uso de antirretrovirais em gestantes
A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação.
O uso de medicamentos durante a gravidez é indicado para quem já está fazendo o tratamento e para a grávida que tem HIV, não apresenta sintomas e não está tomando remédios para aids. Nesse caso, o uso dos remédios antiaids pode ser suspenso ao final da gestação. Essa avaliação dependerá os exames de laboratório (CD4 a Carga Viral) e de seu estado clínico e deverá ser realizada, de preferência, nas primeiras duas semanas pós-parto, em um serviço especializado (SAE).
Diagnóstico durante o pré-natal: A testagem para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, parto e amamentação. A mãe que tem o vírus não deve amamentar o bebê, porque há risco de transmissão do vírus da mãe para o filho.
Gravidez depois do diagnóstico: Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com muito baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas explicadas acima.
 
 
Crianças e adolescentes
O diagnóstico da infecção pelo HIV transforma a vida de qualquer um. Quando se trata de uma criança, o cuidado deve ser maior. Dependendo da idade, a revelação é fundamental para o sucesso do tratamento desses jovens. Família e equipe médica precisam respeitar o momento de cada um, levando em conta o nível de informação, o contexto psicossocial e familiar.
Diagnóstico de crianças e adolescentes 
O diagnóstico da infecção pelo HIV transforma a vida de qualquer um. Quando se trata de uma criança, o cuidado deve ser maior. Dependendo da idade, a revelação é fundamental para o sucesso do tratamento desses jovens. Família e equipe médica precisam respeitar o momento de cada um, levando em conta o nível de informação, o contexto psicossocial e familiar.
Identificar o melhor momento e a forma de contar a soropositividade é um desafio. Não basta contar o diagnóstico. É preciso explicar todas as mudanças que a doença traz. Atualmente, é consenso entre os profissionais de saúde que a criança deve saber da infecção o quanto antes. O objetivo é chegar à adolescência consciente da doença, das suas responsabilidades e dos seus direitos.
A família ou os responsáveis pelas crianças e adolescentes soropositivos tendem a adiar a revelação, mesmo havendo indícios de que esses jovens já sabem ou desconfiam de sua condição. São várias as razões que levam os cuidadores a não contarem:
  • Imaturidade da criança para compreender a doença;
  • Possibilidade de reação emocional negativa;
  • Medo do estigma;
  • Receio de que a criança/adolescente fale sobre sua condição para outras pessoas, quebrando o sigilo e expondo a história familiar para terceiros (como a soropositividade da mãe e/ou dos pais);
  • Sentimentos de culpa pela transmissão do HIV;
  • Despreparo do adulto para falar sobre a doença.
Atendimento prejudicado: Quando a criança ou o adolescente não sabem da doença, o atendimento médico pode ficar prejudicado, pois a equipe médica não conversa abertamente sobre a aids e suas implicações na vida. Além disso, compromete a adesão e o autocuidado, já que o paciente não se cuida corretamente.
Os adolescentes precisam conhecer sua sorologia e ser informados sobre os diferentes aspectos e consequências da infecção para se tratar de uma forma adequada. É importante nesse processo o apoio da família, amigos e dos médicos, porque ajuda o jovem a compreender sua condição e se fortalecer apesar da nova realidade.
 
 
Idosos
A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV, vírus causador da aids. Isso ocorre por que, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns. E os sintomas da aids podem ser confundidos com os dessas outras infecções. Por isso, é importante realizar o teste sempre que houver uma situação de risco.
Diagnóstico de idosos
 
A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV, vírus causador da aids. Isso ocorre por que, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns. E os sintomas da aids podem ser confundidos com os dessas outras infecções.
Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais da saúde tendem a não pensar na aids e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio de aids permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves e compromete a saúde mental (podendo causar até demência).
Quanto antes começar o tratamento correto da aids, mais o soropositivo ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste. É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde.

Tratamento

Atendimento inicial: Após receber o diagnóstico da infecção por HIV, o paciente deve marcar uma consulta com um especialista em aids, no Serviço de Assistência Especializada (SAE).
Nessa primeira consulta, o paciente precisa informar a história clínica inicial, tempo de diagnóstico, se já apresentou alguma doença grave e quais são as condições e os hábitos de vida. É bem provável que, na primeira consulta, o médico peça exames, como: hemograma completo (sangue), urina, fezes, glicose (açúcar), colesterol e triglicérides (gorduras), raios-X de tórax, hepatite B e C, tuberculose e os testes de contagem dos linfócitos T CD4+Teste de CD4 - é o melhor indicador de como está funcionando o sistema imunológico. (indica o sistema de defesa) e o de carga viralTeste de carga viral - o resultado mostra se o vírus está se reproduzindo no organismo. (quantidade de vírus circulante no sangue).
Dependendo do resultado dos exames clínicos e laboratoriais, pode ser necessário que o soropositivo comece a terapia antirretroviral, que é o tratamento com medicamentos. O médico fará o acompanhamento do paciente, que deve voltar regularmente ao consultório no tempo determinado pelos profissionais. No SAE, também estão disponíveis atendimentos com psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos.
A consulta com o profissional de saúde é o momento certo para esclarecer todas as dúvidas. O paciente deve saber como tomar os remédios, quais os horários que melhor se encaixam na rotina ou como adequar os hábitos diários para tomar a medicação regularmente. O médico deve falar sobre os sintomas que podem ser causados pelos medicamentos e o que deve ser feito se algum desses efeitos colaterais surgir - a maioria dos sintomas desaparece em poucos dias. Esse primeiro contato com o médico é o passo inicial para o sucesso do tratamento.
A equipe envolvida no atendimento de soropositivos tem todas as condições de responder sobre qualquer assunto relacionado ao tratamento e à prevenção da doença. Por isso, pergunte sempre sobre tudo o que tiver dúvida!
 
 
Acompanhamento médico: O acompanhamento médico da infecção pelo HIV é essencial, tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue tratamento com os medicamentos antirretrovirais, fase que os médicos classificam como aids.
Nas consultas regulares, a equipe de saúde precisa avaliar a evolução clínica do paciente. Para isso, solicita os exames necessários e acompanha o tratamento. Tomar os remédios conforme as indicações do médico é fundamental para ter sucesso no tratamento. Isso é ter uma boa adesão.
O uso irregular dos antirretrovirais (má adesão ao tratamento) acelera o processo de resistência do vírus aos medicamentos, por isso, toda e qualquer decisão sobre interrupção ou troca de medicamentos deve ser tomada com o consentimento do médico que faz o acompanhamento do soropositivo. A equipe de saúde está apta a tomar essas decisões e deve ser vista como aliada, pois juntos devem tentar chegar à melhor solução para cada caso.
Exames de rotina: No atendimento inicial, são solicitados os seguintes exames: sangue (hemograma completo), fezes, urina, testes para hepatites B e C, tuberculose, sífilis, dosagem de açúcar e gorduras (glicemia, colesterol e triglicerídeos), avaliação do funcionamento do fígado e rins, além de raios-X do tórax.
Outros dois testes fundamentais para o acompanhamento médico são o de contagem dos linfócitos T CD4+Teste de CD4 - é o melhor indicador de como está funcionando o sistema imunológico. e o de carga viralTeste de carga viral - o resultado mostra se o vírus está se reproduzindo no organismo. (quantidade de HIV que circula no sangue). Eles são cruciais para o profissional decidir o momento mais adequado para iniciar o tratamento ou modificá-lo. Como servem para monitorar a saúde de quem toma os antirretrovirais ou não, o Consenso de Terapia Antirretroviral recomenda que esses exames sejam realizados a cada três ou quatro meses.
Determinada pelo médico, a frequência dos exames e das consultas é essencial para controlar o avanço do HIV no organismo e determina o tratamento mais adequado em cada caso.
Onde fazer?
Normalmente, a coleta de sangue para realizar todos os exames pedidos pelo médico é feita no próprio serviço em que a pessoa é acompanhada, o Serviço de Assistência Especializada (SAE), e enviada para os Laboratórios Centrais (LACEN), unidades públicas de saúde que realizam os exames especializados gratuitamente.
 

O que é adesão

Aderir ao tratamento para a aids, significa tomar os remédios prescritos pelo médico nos horários corretos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, comparecer ao serviço de saúde nos dias previstos, entre outros cuidados. Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas, o HIV, vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais. E isso diminui as alternativas de tratamento.
Seguir as recomendações médicas parece simples, mas é uma das grandes dificuldades encontradas pelos pacientes, pois interfere diretamente na sua rotina. O paciente deve estar bem informado sobre o progresso do tratamento, o resultado dos testes, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer para amenizá-los. Por isso, é preciso alertar ao médico sobre as dificuldades que possam surgir, além de tirar todas as dúvidas e conversar abertamente com a equipe de saúde.
Para facilitar a adesão aos medicamentos, recomenda-se adequar os horários dos remédios à rotina diária. Geralmente os esquecimentos ocorrem nos finais de semana, férias ou outros períodos fora da rotina. Utilizar tabelas, calendários ou despertador, como do telefone celular, facilita lembrar os horários corretos para tomar os remédios. Veja outras dicas que ajudam a manter a adesão.
Apoio social: Atualmente, existem organizações governamentais e não governamentais que podem ajudar o soropositivo a enfrentar suas dificuldades e a lidar com situações de estresse por conta da doença. São duas ações de apoio oferecidas: afetivo-emocional e operacional. O afetivo-emocional inclui atividades voltadas para a atenção, companhia e escuta. Já o operacional ajuda em tarefas domésticas ou em aspectos práticos do próprio tratamento, como acompanhar a pessoa em uma consulta, buscar os medicamentos na unidade de saúde, tomar conta dos filhos nos dias de consulta, entre outras. Ambos fazem com que a pessoa se sinta cuidada, pertencendo a uma rede social.
A troca de experiências entre pessoas que já passaram pelas mesmas vivências e dificuldades no tratamento, também conhecido como ação entre pares, também ajuda a promover a adesão, pois possibilita o compartilhamento de dúvidas e soluções e a emergência de dicas e informações importantes para todos.
O suporte social pode ser dado por familiares, amigos, pessoas de grupo religioso ou integrantes de instituições, profissionais de serviços de saúde e pessoas de organizações da sociedade civil (OSC).
 
 
Dicas para aderir ao tratamento: Os serviços de saúde possuem equipe multiprofissional, geralmente composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos e assistentes sociais, para darem resposta às dificuldades que possam surgir ao longo do tratamento. Nesses lugares, há diversas atividades que ajudam o soropositivo a seguir as recomendações médicas: grupos de adesão, rodas de conversa e atividades de salas de espera. Além disso, o paciente pode receber orientações sobre os remédios, alimentação e como lidar com os efeitos colaterais, em consultas com mais de um profissional.
Algumas atitudes tomadas dentro de casa facilitam a adesão do soropositivo:
  • Porta-pílula: as caixas porta-pílula servem para organizar as doses diárias ou de um período determinado (uma ou mais semanas). São úteis em casos de viagem e quando se quer manter o sigilo do tratamento.
  • Diário: anotar em um caderno cada dose tomada, ajuda a não esquecer ou pular doses. É muito útil também para controlar o aparecimento de efeitos colaterais e não esquecer as dificuldades e dúvidas em relação aos remédios.
  • Alarmes: evita o esquecimento e ajuda a estabelecer uma rotina para o uso correto dos medicamentos. Despertadores, relógios de pulso e telefones celulares podem ser programados.
 
Adesão para crianças e jovens: Quando se fala de tratamento entre crianças e jovens, os adultos assumem um papel de grande responsabilidade. Principalmente na infância, familiares e cuidadores devem estar muito bem informados para ajudarem a criança a seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja, a aderir ao tratamento.
Para que isso dê certo, o envolvimento da criança ou adolescente é fundamental. Explicações sobre o tratamento devem ser dadas, respeitando o entendimento de cada um. Com informações simples e recursos lúdicos, familiares e profissionais de saúde podem promover boa adesão, evitando omissões ou mentiras que podem, inclusive, comprometer a confiança e o sucesso do tratamento.
Como estimular a criança: Ao indicar os remédios ideais para a criança, o médico precisa considerar o dia a dia dela. O ideal é que os horários das atividades da criança não prejudiquem a rotina dos remédios. Em casos de diagnósticos não revelados a outros, recomenda-se combinar com o médico para que os medicamentos sejam tomados nos momentos em que a criança esteja em casa. Como na maioria das vezes o responsável por dar os remédios é algum adulto, é importante ajustar os horários para não comprometer o tratamento.
Em casos de dificuldade de ingestão do remédio pelo gosto ou cheiro, combinar a tomada com alimentos que reduzam essas sensações (sucos, frutas, doces, etc). A família também deve evitar falas ou gestos negativos sobre a medicação ou mesmo verbalizações de culpa ou pena. É preciso valorizar o lado positivo do tratamento e suas vantagens para a saúde. As crianças precisam ver os remédios como aliados.
Como estimular o jovem: A combinação de remédios indicados para o adolescente deve levar em conta o estilo de vida, hábitos, práticas esportivas, escola, trabalho e vida familiar. Geralmente, aqueles com menos comprimidos e doses têm maior aceitação e adesão, pois são mais simples. O adolescente precisa saber o que é a doença, suas implicações e a importância do tratamento. É importante sempre ouvir o que esse jovem tem a dizer, o que querem saber sobre os diversos aspectos de sua saúde: a soropositividade, os resultados de exames, a ação do vírus no organismo, o papel dos remédios.
Todas as orientações não podem ser infantilizadas e são mais efetivas quando vinculadas ao contexto de suas atividades cotidianas. Por exemplo: as aulas, práticas esportivas, comemoração de uma data especial, namoro e programas de TV. Atividades em grupo são importantes e bem aceitas entre os adolescentes, pois favorecem que conheçam outros jovens soropositivos e troquem experiências, incluindo temas de interesse, como sexualidade, práticas sexuais seguras, escola, amigos e família.
 
 
Infecções oportunistas
    As infecções oportunistas são doenças que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico, que cuida da defesa do organismo. Como os principais alvos do HIV , vírus causador da aids , são essas células de defesa, é importante estar sempre de olho na saúde. Para manter uma vida saudável e evitar que o organismo baixe ainda mais suas defesas, é necessário cuidar da alimentação , fazer exercícios físicos e estar bem emocionalmente. Com esses cuidados diários, será mais difícil que seu corpo fique vulnerável a resfriados, gripes ou problemas gastrointestinais, que podem evoluir para doenças mais graves.
    Em pessoas com aids, o estágio mais avançado da doença, essas infecções muitas vezes são graves e podem ser fatais, pois o sistema imunológico do indivíduo pode estar danificado pelo HIV. Por isso, é bom prestar atenção às alterações do nosso corpo.
    São infecções oportunistas, entre outras:
    • Infecções recorrentes ocasionadas por fungos (na pele, boca e garganta);
    • Diarreia crônica há mais de 30 dias, com perda de peso;
    • Pneumonia;
    • Tuberculose disseminada;
    • Neurotoxoplasmose;
    • Neurocriptococose;
    • Citomegalovirose;
    • Pneumocistose.
Coinfecções
 
Coinfecção é quando o organismo sofre com duas ou mais doenças ao mesmo tempo. Em soropositivos, as coinfecções dificultam o tratamento, pois debilitam ainda mais a saúde do paciente. Nesse caso, são necessárias estratégias específicas para facilitar o acompanhamento e evitar interações entre os medicamentos. Com o tratamento adicional, podem surgir novos efeitos colaterais.
As infecções frequentes em soropositivos no Brasil são: hepatites B e C e tuberculose. Juntas, representam uma das principais causas de óbito entre as pessoas infectadas pelo HIV. Outras doenças que costumam aparecer são alguns tipos de câncer, HTLV, sífilis e doenças cardiovasculares preexistentes.
 
 
Como manter a adesão?
Para evitar o abandono de tratamento, profissionais de saúde e pacientes podem recorrer a estratégias como:
  • Bom acolhimento e abordagem adequada sobre as dúvidas e reações adversas;
  • Orientação e aconselhamento sobre os medicamentos, como adequar horários e não abandonar o tratamento (reforçar a importância da adesão);
  • Curto intervalo de retorno entre as consultas (semanais no primeiro mês, quinzenais no segundo e mensais a partir do terceiro) e atenção ao monitoramento de exames;
  • Tratamento supervisionado principalmente nos casos de coinfecção por tuberculose.

HIV e hepatite B e C

Considerada uma das maiores epidemias do século, a hepatite C (HCV) já infectou mais de 170 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessas, cerca de 30% também apresentam infecção pelo HIV. Quem tem a coinfecção HIV e hepatite C pode apresentar histórico de uso de drogas (anterior ou atual), álcool, distúrbios psicológicos e psiquiátricos, em particular a depressão, que comprometem o processo da adesão ao tratamento e agravam os efeitos colaterais.
A hepatite C pode tornar mais difícil preservar o sistema imunológico da pessoa que vive com HIV e acelerar a progressão para a aids e a morte. Também pode ser verificado uma evolução mais rápida para cirrose, insuficiência hepática (do fígado) e câncer de fígado, em alguns casos.da aids e da hepatite B e C. Quando for o caso, a pessoa será orientada a não consumir álcool, para evitar um dano adicional ao fígado.
 

HIV e tuberculose

De acordo com estimativas da OMS, existem cerca de 33 milhões de pessoas infectadas por HIV no mundo, das quais 25% estariam coinfectadas por tuberculose. Segunda causa de óbito entre soropositivos, a tuberculose pode ocorrer em qualquer estágio da infecção pelo HIV.
O diagnóstico de tuberculose na coinfecção é semelhant
O tratamento consiste no uso semanal de uma medicação injetável que deve ser administrada em unidade pública de saúde indicada pelo médico. Os efeitos colaterais envolvem sintomas psicológicos e transtornos mentais como depressão, irritabilidade, ansiedade, alteração do sono, diminuição da libido, diminuição da atenção e da concentração, além de ideias suicidas.
A coinfecção pela hepatite B em soropositivos aumenta em cinco a seis vezes o risco de se tornarem portadores crônicos da hepatite e de desenvolverem cirrose. O tratamento é semelhante ao da aids, com a indicação de antivirais. As reações que podem surgir com o uso dos medicamentos são as mesmas do tratamento de hepatite C.
Pacientes coinfectados não podem esquecer de usar camisinha e, se forem usuários de drogas injetáveis, devem utilizar seringas descartáveis, para prevenção da transmissão dos vírus causadores e ao diagnóstico na população geral. O diferencial está nos sintomas clínicos, pois, nas pessoas infectadas pelo HIV, a doença pode ocorrer com mais frequência fora do pulmão e de maneira disseminada no corpo. E o tratamento é o mesmo do indicado para a população geral e está disponível na rede pública de saúde.
 

HIV e HTLV

O HTLV (human T lymphotropic virus tipo I e II) foi o primeiro retrovírus humano a ser descoberto e infecta entre 10 e 20 milhões de pessoas em todo o mundo. O HTLV-I é bastante semelhante ao HIV-1, apesar de serem diferentes no tipo de doença que causam, principalmente porque o HTLV se multiplica menos que o HIV e não causa a morte da célula.
Atualmente, o exame de sorologia para HTLV está indicado para portadores do HIV que estão em regiões onde a doença é mais frequente, para usuários de drogas injetáveis ou pessoas que apresentam manifestações neurológicas compatíveis com as causadas por esse vírus.
É muito importante fazer a prevenção da transmissão do vírus, evitando a amamentação, fazendo sexo seguro e não compartilhando seringas e agulhas.
 

Tipos de câncer

A relação entre HIV e certos tipos de câncer ainda não está completamente clara; no entanto, acredita-se que a deficiência do sistema de defesa tenha relação direta com a causa de algumas neoplasias (cânceres), que são mais frequentes em portadores do HIV.
A terapia antirretroviral aumentou a sobrevida dos portadores do HIV, isso resultou em um número cada vez maior de pessoas com idade mais avançada expostos à condição crônico-degenerativa da doença, tornando o desenvolvimento de cânceres um aspecto preocupante e que deve ser considerado nessa população.
Os mais comuns são Sarcoma de Kaposi (tipo de câncer pouco agressivo e de evolução lenta), Linfoma não-Hodgkin (tumor frequente na medula óssea, estômago, intestino, fígado e sistema nervoso central), neoplasia anal e câncer cervical (associado à infecção causada pelo HPV).

 

Recomendações de tratamento - Consensos

Também chamadas de consensos de terapia, as recomendações de tratamento reúnem as técnicas de especialistas de todo o país para tratamento de soropositivos. Tratam, de forma técnica, a utilização de medicamentos antirretrovirais e outros cuidados com o paciente. Servem, também, para entender a história da aids no Brasil e são uma importante estratégia da Política de Medicamentos de Aids do Ministério da Saúde, que garante acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais, desde 1996.
 

Quais são os medicamentos antirretrovirais

Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da aids , mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem aids.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. Atualmente, existem 21 medicamentos divididos em cinco tipos.

Classes de medicamentos antirretrovirais
Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza.
São eles: Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina, Tenofovir, Zidovudina e a combinação Lamivudina/Zidovudina.
Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus.
São eles: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina.
Inibidores de Protease – atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV.
São eles: Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir, Saquinavir e Tipranavir.
Inibidores de fusão - impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir.
É a Enfuvirtida.
Inibidores da Integrase – bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células.
É o Raltegravir.

Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja aderir ao tratamento . Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas.
 

Vacinação de soropositivos

O soropositivo deve ser avaliado por um médico antes de tomar qualquer vacina para se prevenir de doenças. Se estiverem com a imunidade muito baixa, não devem receber vacinas compostas por bactérias ou vírus vivos. Diversos estudos mostram que a resposta aos organismos invasores é menor em soropositivos com pouca concentração de linfócitos T CD4+, células de defesa do organismo. Por isso, normalmente os soropositivos sintomáticos não têm boa resposta às vacinas. Portanto, na tentativa de obter uma resposta imunológica ideal, todas as vacinas devem ser dadas no curso da infecção pelo HIV, o mais precocemente possível.

Orientações para adultos
  • Vacina contra a bactéria causadora da pneumonia (pneumococo): a resposta é melhor na fase em que as células CD4+ estão acima de 350/mm3.
  • Vacina contra hepatite B: deve ser tomada somente quando indicada pelo médico. Indicações para: usuários de drogas injetáveis, homossexuais sexualmente ativos, prostitutas, homens e mulheres com atividade sexual e doenças sexualmente transmissíveis ou mais de um parceiro sexual nos últimos seis meses e pessoas que vivem na mesma casa ou tiveram contato sexual com portadores da hepatite B.
  • Vacina contra a bactéria causadora da meningite (Haemophilus influenzae tipo b): a resposta é mais eficiente nos estádios precoces da infecção pelo HIV.
  • Vacina contra tétano-difteria: a recomendação geral é de uma dose de reforço a cada 10 anos.
  • Vacina inativada contra o vírus causador da poliomielite: é preferível à vacina oral, no soropositivo e seus comunicantes próximos.
  • Vacina contra a gripe A H1N1 (gripe suína): deve ser tomada somente quando indicada pelo médico.

Orientações para crianças
As crianças menores de um ano, com suspeita de infecção pelo HIV ou com diagnóstico definitivo de infecção pelo HIV devem seguir orientação médica especializada.


FONTE: http://www.aids.gov.br/

Boa tarde!
Sei que o texto ficou bem extenso, um tanto cansado para se ler, mas vale a pena o conteúdo é excelente e muito bem explicadinho, vamos juntos fazer isto circular e ajudar nesta causa tão nobre de prevenção contra esta terrível doença.

Bjus, Alessandra. 

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