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28 de novembro de 2012

Qualidade de vida do soropositivo

Alimentação

Uma alimentação saudável aumenta a resistência à aids, fornecendo energia para as atividades diárias e, também, vitaminas e minerais que o organismo precisa. Além de tornar a pessoa mais disposta, uma alimentação equilibrada fortalece o sistema de defesa, ajuda no controle das gorduras e açúcares do sangue, a absorção intestinal e melhora os resultados do tratamento.
A alimentação saudável é aquela que tem todos os alimentos necessários, de forma variada e equilibrada. Para se ter uma alimentação saudável, o ser humano precisa consumir alimentos de todos os três grupos:
Carboidratos: Fornecem a energia necessária para as atividades do dia a dia, como andar, falar, respirar etc.
Encontrados em: arroz, açúcar, massas, batata, mandioca, cereais, farinhas e pães.
Proteínas: Todos os tecidos do corpo são formados por elas. São as principais componentes dos anticorpos e dos músculos. Constroem, “consertam” e mantêm o corpo, além de aumentarem a resistência do organismo às infecções.
Encontradas em: carnes bovinas, suína, frango, peixes, miúdos, ovos, leite, iogurtes e queijos (animais) e feijão, soja e derivados, castanhas, amendoim, amêndoa (vegetais).
Gorduras: Fornecem energia. O organismo precisa delas em pequenas quantidades. Algumas vitaminas usam-nas para serem transportadas no organismo, assim como alguns medicamentos antirretrovirais também.
Encontrados em: manteiga, óleos, azeite de oliva, margarina, gordura animal (presente nas carnes).

Como se alimentar melhor?

O ideal é fazer três refeições principais por dia, com dois ou três lanches nos intervalos. A alimentação deve ser balanceada, variada, dando preferência aos alimentos não industrializados, sempre respeitando as características e hábitos de cada um. Deve ser priorizado o consumo diário de frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e carnes magras. Frituras, gorduras e açúcares devem ser diminuídos ou evitados.

Cuidado com os alimentos:

Um grande problema para os soropositivos são as doenças provocadas por alimentos contaminados, que podem causar vômitos, diarreias ou mesmo infecção intestinal. Alguns cuidados e dicas com os alimentos:
  • Antes de cozinhar, lavar bem as mãos e os utensílios que forem ser usados.
  • Copos ou pratos rachados não devem ser usados, pois os germes se acumulam nas rachaduras.
  • O lixo deve estar bem tampado e longe dos alimentos.
  • Manter os alimentos fora do alcance dos insetos, roedores e outros animais. Cobrir ou guardar em vasilhas bem fechadas.
  • Não consumir alimentos com alterações de cor ou cheiro.
  • Descongelar as carnes na geladeira e não em temperatura ambiente. Evitar comer carne crua.
  • O leite pasteurizado deve ser mantido na geladeira depois de aberto e a atenção na validade deve ser constante. Se não for pasteurizado, recomenda-se ferver antes de beber.
  • Evitar comer ovos crus. Cozinhar até ficarem duros (6 a 8 minutos de fervura) ou fritar até a gema ficar dura.
  • Cortar a carne e os vegetais em tábuas de plástico ou vidro e depois lavar. Evitar a tábua de madeira, pois acumulam muitos germes e bactérias.
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Atividade física

A prática regular de exercícios físicos é indicada a todos as pessoas, principalmente aos soropositivos, por estimular o sistema imunológico, aumentar a disposição, a autoestima, aliviar o estresse, melhorar a depressão, entre outros benefícios para a saúde em geral. Para o soropositivo, o exercício também é recomendado por prevenir e amenizar os efeitos colaterais provocados pelos remédios, como a lipodistrofia - mudanças na distribuição de gordura pelo corpo que pode afinar braços e pernas, por exemplo.
Os exercícios físicos podem ser aeróbicos (como caminhada, bicicleta, dança, ginástica localizada, natação, hidroginástica) e de carga (musculação). Os aeróbicos melhoram a oxigenação do coração e dos pulmões, diminuem o nível de colesterolO colesterol é um tipo de gordura, que o corpo precisa para ajudar a manter as células saudáveis, produzir hormônios sexuais e ter uma boa digestão. Pode ser HDL, o "bom colesterol" e LDL, o "mau colesterol". O HDL impede que a gordura se acumule nas artérias, evitando entupimento. O LDL forma placas de gordura nas veias e artérias, aumentando o risco de doenças do coração. Está presente em carnes, leite e derivados, manteiga e gemas de ovos. Frutas, vegetais, e cereais não têm colesterol. e triglicéridesOs triglicérides são um tipo de gordura que formam 90% da reserva de energia do organismo e se depositam no tecido gorduroso e muscular. Fornece energia, preserva o calor do corpo e ajuda a absorver as vitaminas A, D, E e K. Quando está aumentado no sangue, pode indicar risco de doenças do coração. Estão nos óleos vegetais e na gordura animal. e ajudam a queimar a gordura que se deposita na barriga. Os exercícios de carga, como a musculação, por exemplo, ajudam a manter a massa e a força muscular.
Antes de fazer qualquer exercício, o médico deve ser consultado
O profissional de saúde vai avaliar a condição clínica do paciente para liberar a prática. Após a aprovação médica, resta escolher a atividade que mais agrade. A caminhada é uma boa atividade aeróbica e só depende de cada um! O ideal é caminhar em um local plano, sem subidas e descidas, para manter um ritmo constante - mais depressa que o normal, mas sem correr. Especialistas recomendam começar com 10 minutos e ir aumentando aos poucos, conforme a resistência, até chegar a 30 ou 45 minutos, pelo menos 3 vezes por semana.
 

Relacionamento pessoal e social

Como qualquer outra pessoa, a pessoa que vive com HIV/aids tem o direito de levar uma vida igual à de todo mundo. Pode trabalhar normalmente, praticar esportes, ir a festas, frequentar bares, shoppings, clubes e se relacionar com as pessoas, social e afetivamente. Está comprovado que a continuidade da vida social e a adesão adequada ao tratamento resultam na melhora da qualidade de vida e na resposta ao tratamento com medicamentos antirretrovirais.
O preconceito e o estigma associado à aids são dificuldades frequentemente encontradas pelos soropositivos para conseguirem manter a vida normalmente. Deixar de ser amigo de uma pessoa que vive com HIV/aids por medo de pegar a doença é bobagem. O HIV não é transmitido pelo abraço ou até mesmo pelo beijo. O contágio se dá, principalmente, por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e outros objetos cortantes e pela amamentação. Previna-se contra o HIV e livre-se do preconceito.
 
 

Sexualidade

A vivência da sexualidade é um aspecto essencial da vida do ser humano. E não é porque uma pessoa se descobriu soropositiva que deve deixar sua sexualidade de lado. A diferença é que o sexo deverá ser sempre com camisinha. Esse cuidado é para não transmitir o HIV, vírus causador da aids, e para evitar uma nova infecção pelo vírus e por outras doenças sexualmente transmissíveis. A reinfecção provoca aumento na carga viral e risco de adquirir outras mutações virais. Com isso, a eficácia do tratamento com os remédios antirretrovirais pode ser comprometida. Por isso, é preciso usar a camisinha sempre!
As dificuldades em usar o preservativo também podem estar presentes por diversos motivos: a falta de hábito de usá-lo antes da descoberta da infecção, a sensação de que a camisinha atrapalha a relação, o esquecimento ou mesmo a crença de que não precisa usar preservativo quando ambos os parceiros são soropositivos. É fundamental encontrar formas de superar essas dificuldades e construir alternativas prazerosas e seguras para que as pessoas continuem se relacionando afetiva e sexualmente.
Conheça as formas de contágio da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e saiba como se prevenir.
 

Saúde mental

O impacto na saúde mental pode acontecer desde o momento do diagnóstico positivo. O medo da morte, por exemplo, pode levar à depressão e ao isolamento. Esses momentos merecem receber atenção especial, pois afetam não só o emocional e psicológico do paciente como também seu sistema imunológico.
Distúrbios de comportamento, como depressão, agitação, dependência e abuso de álcool, drogas e tabaco, entre outros, são frequentes em soropositivos. Pode não parecer, mas o diagnóstico precoce é fundamental para oferecer maior qualidade de vida, pois permite o acompanhamento da doença antes de surgirem os sintomas.
A falta de concentração, atenção e memória fraca, chamados distúrbios cognitivos, também podem estar associadas ao HIV e têm evolução bem variada. É importante estar sempre atento às mudanças do corpo e relatar aos médicos caso alguns desses sintomas apareça. Essas questões psicológicas ou psiquiátricas são normalmente tratadas pelas equipes multidisciplinares dos Serviços de Assistência Especializada (SAE), quando contam com profissionais de saúde mental. No caso de transtornos mais graves, é recomendado o encaminhamento para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
 

Terapias complementares

Além do tratamento existente com os remédios antirretrovirais, exercícios físicos e alimentação equilibrada, há algumas práticas que o soropositivo pode adotar que melhoram a saúde e a autoestima. As chamadas terapias complementares estão disponíveis nas unidades públicas de saúde de todo o país e devem ser indicadas por profissionais e avisadas ao médico.
Apesar de fazerem bem à saúde, não podem substituir os medicamentos, pois não combatem a aids. Essas terapias são muito utilizadas para reduzir o estresse e os efeitos colaterais dos coquetéis, melhorar o sistema imunológico, aliviar a dor e auxiliar no tratamento de infecções oportunistas. As mais comuns são: acupuntura, homeopatia, massagens (shiatsu e reflexologia), práticas físicas (yoga e Tai Chi Chuan), além do consumo de algumas ervas medicinais.
Acupuntura: A técnica milenar da medicina chinesa consiste em estimular, com finas agulhas, determinados pontos do corpo por onde a energia circula. Vem sendo muito utilizada entre soropositivos para minimizar efeitos colaterais como enjoos, náuseas, vômitos e dores em geral. No Brasil, é reconhecida como especialidade médica há quase uma década.
Homeopatia: Não trata nenhuma doença específica, mas combate as causas dos sintomas. Esses remédios estimulam as forças internas do organismo e os processos de manutenção e recuperação da saúde. Criada em 1796, pelo médico alemão Samuel Hahnemann, foi reconhecida como especialidade médica no Brasil, em 1980, pelo Conselho Federal de Medicina.
Shiatsu: Utiliza os mesmos pontos e princípios da acupuntura e a pressão é feita com a polpa dos dedos. Os benefícios são: melhora do sistema circulatório, maior flexibilidade aos músculos, recuperação do equilíbrio do sistema ósseo, melhor funcionamento do sistema digestivo e maior controle do sistema endócrino. Também ajuda a tratar o estresse, dores de cabeça e musculares e artrite. Deve ser evitada em pessoas com inflamações, febre, anemias ou que estejam debilitadas fisicamente. Quem sofre de osteoporose pode fazer, mas com toques leves, já que os ossos já estão frágeis. Essa massagem é tradicionalmente do Japão, criada em 1925., mas tem suas raízes na milenar medicina chinesa.
Reflexologia: É uma prática da Medicina Natural que consiste na aplicação de pressões rítmicas em pontos localizados nos pés e nas mãos, que correspondem às diferentes zonas do corpo. Ajuda a recuperar o bem-estar; a aliviar o estresse, a angústia, a depressão, a ansiedade, a dor de cabeça, a síndrome pré-menstrual, a asma, os problemas digestivos, entre outros. Deve ser evitada em caso de gravidez, pois a pressão em certos pontos reflexos dos pés pode levar a contrações uterinas.
Ervas medicinais: São muito utilizadas em todas as regiões do país e estão sendo implantadas no Sistema Único de Saúde (SUS). São usadas em substituição a alguns medicamentos industrializados. Mas devem ser consumidas com cuidado, pois algumas são proibidas para quem toma remédios antiaids.
Apesar de beneficiarem pessoas saudáveis, a Erva de São João (Hipérico), o Kava Kava e o óleo de alho em cápsulas podem comprometer o tratamento e pode causar a resistência do vírus ao tratamento. O importante é sempre conversar com o médico sobre as alternativas de terapias complementares e nunca se automedicar. Saiba mais sobre a reação dos remédios com algumas ervas.
 
 
 

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